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Um pouco sobre o conceito de ambivalĂȘncia

  • Foto do escritor: bruna santos
    bruna santos
  • 19 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura



Quando nĂŁo estamos cientes de que algo nos Ă© ambivalente, ou seja, de que temos afetos ou ideias conflitantes em relação a um mesmo objeto (seja uma pessoa, um local, uma atividade...), podemos apresentar algumas dificuldades. A forma como isso transparece Ă© particular de cada sujeito, porĂ©m provavelmente haverĂĄ angĂșstia e, quem sabe, algumas decisĂ”es equivocadas. No entanto, conhecer nossas ambivalĂȘncias nĂŁo Ă© suficiente para lidar com elas, uma vez que o desafio Ă© justamente suportĂĄ-las. Desse modo, geralmente suprimimos ou escondemos os afetos/idĂ©ias que se contrapĂ”em. Quantas vezes ouvimos frases do tipo: “ou me ama ou me odeia”? “ou Ă© tudo ou nada”? Porque Ă© assim que funcionamos, buscamos o simples, economizamos nos processos mentais, ainda que de forma inconsciente. Por exemplo, se sentimos Ăłdio Ă  pessoa amada, nossa reação Ă© fugir desse sentimento ou concluirmos que nĂŁo estamos com a “pessoa certa”. Se acordamos sem vontade de ir trabalhar, surge o questionamento se devemos mudar de emprego, afinal, vivemos na lĂłgica do 8 ou 80.


Aceitar que podemos sentir e pensar coisas opostas Ă© um grande avanço para seguirmos um caminho que condiz mais com aquilo que desejamos. Alcançar essa maturidade psĂ­quica requer tempo para constituirmos as condiçÔes necessĂĄrias no sentido de suportar nossas ambivalĂȘncias (e cada um tem sua prĂłpria caminhada para isso). Diante dessas particularidades, nĂŁo Ă© possĂ­vel criar um manual de como lidar com nossas contradiçÔes. É por isso que respostas prontas nĂŁo sĂŁo boas respostas, especialmente frente a conflitos ambivalentes. Porque elas excluem a possibilidade de carregarmos a angĂșstia dos opostos na prĂłpria pele e, em decorrĂȘncia disso, aceitarmos as ambivalĂȘncias que nos surgem, afinal isso Ă© aceitar nossa humanidade. Nessa jornada, encontramos nossas prĂłprias respostas, com nossas prĂłprias saĂ­das criativas.


Imagem: Duas Fridas (Frida Kahlo).

 
 

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